sábado, 6 de novembro de 2010

ando em love

Ah, o amor é lindo! Deixem-me curtir feliz minha lua de mel com a presidenta Dilma.

Atribulações virão. Decepções também. Quando não é a primeira vez que você se apaixona, sabe-se disto. E faz votos mesmo assim, a não ser que seja um poço de amargura.


Há dois anos eu acreditava que levaria mais 100 anos para termos uma presidente mulher. Há dois anos eu acreditava que a geração que resistiu à ditadura não ocuparia postos-chave. Que a história do país não seria revista, amplamente, no bom sentido. Há 10 anos eu jamais imaginei que o PT teria três mandatos consecutivos. Jamais imaginei que o Brasil teria coragem e condições de explorar a posição que lhe é digna no cenário internacional. Não imaginei três governadores de São Paulo poderiam ser derrotados para a presidência (pausa para o gostinho especial, slep!). Não imaginei que, não da maneira como concebeu, mas que de certa forma a desigualdade regional, o "imperialismo interno" acusado por Celso Furtado caminharia para se reverter...
Jamais! Vivi uma adolescência politicamente tão medíocre que não gosto nem de lembrar. Eram os tempos de hegemonia da Disney, para adultos e crianças. Muitos de meus conhecidos e colegas estagnaram naqueles anos de ouro fajuto. Era uma sensação bizarra. Como tentar velejar em um lago sem vento. Não parecia haver direção, saída. Praticamente o que havia era a utopia dos loucos, dos outsiders. Mas agora, assim como milhões, posso dizer, agora me sinto confortável no meu tempo. Acho que quando eu disser para os meus netos "no meu tempo..." não será a década de noventa (cruz credo!). Será esta agora que finda, esta agora que começa. Estar em sintonia com o seu tempo... é como ser um labrador na água! É como uma criança no parquinho! É como... tudo aquilo que se encaixa. Dilma não viveu os torpes anos 90 e sim coisa ainda pior. Podia facilmente ter sido subtraída de seu tempo. De sua vida mesmo. E graças a pessoas como ela, que se negaram a aceitar um tempo, que imprimiram sua vontade ao tempo, que aqui estamos. Que as forças celestes me previnam de me ver de novo, a mim e a tanta gente progressita neste país, destituída do próprio tempo.  Os reacionários podem ir a Miami. Eu ficarei com os meus anos, aqui. E, por hora, em love.


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