terça-feira, 19 de outubro de 2010

é nas eleições que gatos de todas as colorações saem de suas tocas...

Há tempos venho cogitando montar um blogzito, e sempre tropeço por achar que 'não teria meu nicho', já que alguns excelentes blogs suprem em boa parte tudo o que eu acho que deve ser dito (e também são devidamente visitados- alguns deles eu sigo). Também me pego pensando às que eu faria melhor se apenas acompanhasse estes e outros meios, e aprendesse mais do que me expressasse. É claro que repensei a questão umas outras tantas vezes em que não me senti contemplada por nenhum deles. E agora, José? (ainda no significado antigo e universal que esta expressão tinha antes das eleições). Mas foi o pleito de 2010 que definiu que eu finalmente encamparia escrever um pouco e não só reter meus pensamentos para mim. Tive uma vontade enorme de me expressar. Em um primeiro momento, devido aos e-mails apócrifos difamatórios que circulavam impunemente na "lista de discussão" da família, que virou um palanque da direita sórdida que faz as vezes de cães de ataque para o PSDB. Note-se que a lista, em princípio, não tinha qualquer cunho político. Já vinha, claro, servindo de meio de propagação a pessoas deselegantes, que se veem no mais pleno direito de encher a caixa postal dos outros de escritos muito duvidosos, escritos via de regra em letras garrafais, cores berrantes e fazendo uso extensivo de pontos de exclamação.  O estilo por si já me intrigava e irritava antes. Não acredito que algum analista de discurso ou estética não interpretasse a mera escolha destes traços como um autoritarismo, uma vontade de imposição. Que, devo deixar bem claro, é diferente de uma vontade de convencimento. Ainda por cima, havia a questão da lista. "Pô", eu pensava, "será mesmo que este cara não percebe que ele invade o espaço daqueles que não concordam com ele, ou que simplesmente não querem receber assuntos políticos em um espaço não político ou simplesmente não concordam com o jeito autoritário de expressar pensamentos?" É relevante frisar que a voz dos "repassadores" de e-mails, sua própria voz, jamais se fez ouvir. E o diálogo supõe alguma igualdade entre os interlocutores. Sei que há pessoas no grupo descontentes com a atitude unilateral e bonapartistas dos ditos cujos membros. Mas não sei se há membros simpatizantes do espectro político progressita que até agora silenciaram... Acredito que eles possivelmente existam, embora possivelmente em pequeno número, dado justamente o perfil sócio-econômico e geográfico dos integrantes da lista. Fato é que ninguém, entre numerosos membros, ousou repudiar a atitude acima descrita, de abuso de lista familiar e incentivo à difamação apócrifa. O que, por outro lado, não é supreendente, porque, de novo, e-mails deste gênero não dão espaço para o diálogo. São pura vociferação de supostas verdades ululantes. 
Montei o blogzito quando percebi que havia pessoas com as quais eu gostaria de conversar amigavelmente sobre o pleito (a maioria de posição oposta a minha), mas que a conversa um a um tomaria um tempo imenso. Também por que fiquei um pouco assustada porque tive a impressão de que muitos tomaram por óbvia minha adesão ao projeto tucano, e com isto mostraram um grande desconhecimento de mim. Ou então me mandaram e-mails apócrifos difamatórios, sim, especialmente direcionados a mim, e neste sentido mostraram-se incrivelmente distantes de saber quem sou. É curioso como, durante o convívio cotidiano, pouco se discute sobre política, mas uma hora, e a hora é agora, ela acaba caindo no colo. Aqui, no "meu cantinho" ou "lar virtual" posso abrigar um espaço de discussão e comunicar minhas posições e pensamentos, sem temer me equiparar àqueles que são meu anti-exemplo em termos de discussão política, os famigerados repassadores de e-mails difamatórios, apócrifos ou simplesmente falsos e sem nenhuma base na realidade. Não só agora, mas daqui para frente. Porque gostaria de desfazer este 'gap' de percepção, e gostaria também de dialogar, em termos civilizados, obviamente. 

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