terça-feira, 4 de outubro de 2011

quem ganha com a "polêmica" entre Rafinha e feministas?

       Escrevo em um momento em que ainda não é claro se foi ou em que medida foi uma armação a suspensão do Rafinha Bastos do programa CQC (para quem quiser se inteirar sobre o ocorrido, por favor leia a postagem da Lola). Para efeito de certa estratégia de conduta seria interessante que alguma(s) feminista(s) fosse malaca ou insider o suficiente para saber o que de fato se passa. Mas acho que ainda não apareceu uma que soubesse. Mas acredito que há um plano no qual isto não interessa. 
      Suponhamos que o dito cujo faça a sua "volta triunfal", por consequência de uma armação ou simplesmente porque o dinheiro falará mais alto - neste exato momento existe uma multidão pedindo a sua volta no twitter, talvez exatamente o que queria. Ele terá atingido o seu objetivo, e será uma personagem ainda mais midiática e heroica, com ares de mártir do "politicamente incorreto". Ele aumentará a adesão... entre aqueles que ele já atraía e alcançava, pelos meios que possui. 
          E nós, pobres feministas da nova geração, blogueiras ou não? É claro que todos estes eventos tendem a provocar uma maior coesão entre nós. Vai ser difícil achar alguém que discorde de que Rafinha e LTDA não sejam machistas e incitadores de machismo. Até aí, fica empatado - cada grupo tão pequeno ou tão agigantado quanto antes, ambos mais coesos do que antes. 
           Mas, e o pessoal que estava em cima do muro? Será que o Rafinha só aglutina, não se desgasta? Não acredito. Deve existir um grupo de gente para quem ele era razoavelmente indiferente e, pouco a pouco, ganhou motivos mais fortes para antipatizar com ele. Na noite em que a suspensão saiu, ou seja, a noite de ontem, muitos descontentes com ele apareceram no twitter. Muitos não tinham, a princípio, uma leitura feminista do fenômeno. Eu resolvi interagir com tuiteiros e indicar a postagem da Lola mencionada acima. Foi uma ótima experiência que eu pretendo repetir! Ela certamente ganhou leitores e eu conheci gente legal. 
       Neste movimento de "polêmicas" possivelmente pré-fabricadas pela mídia, os campos se definem melhor. As massas aglutinadas por personas midiáticas não são destituídas de poder por serem volúveis e pouco consistentes. A história mostra que não (e da pior maneira possível). Mas pequenos grupos com alta capacidade de organização e qualificação de seu discurso também não o são. Na minha avaliação, vale a pena entrar nestas confusões. Para dar a cara a tapa, aprender, aglutinar novas pessoas e, na medida do possível, qualificar o debate. Não estou falando de qualificar o discurso dos outros. Tenho muita consciência de que a interação me qualifica, e tenho sede por isto. Embora intuitivamente repugnada com o pseudo-humor do CQC eu tenho muitas questões abertas sobre se e por que meios se pode ou deve tentar limitar o discurso de alguém.

PS. Um fenômeno a princípio positivo (porém um pouco ambíguo) foi o Boris Casoy explodir  ontem à noite nos trending topics. Foram muitos os que se lembraram que nenhuma sanção foi imposta ao âncora quando ele ofendeu feio e sem nenhum motivo os garis. Pela lógica apresentada, a princípio estas pessoas acham errado ofender a Wanessa Camargo e também ofender uma mulher comum. Dá para trabalhar aí.

PS2. Este blog ainda vai virar uma espécie de "observatório" do mega-blog do Luís Nassif. Para variar, surpreendeu que o mesmo tenha resolvido não subir a questão de Rafinha para as postagens do Blog, apesar de vários leitores sugerirem isto. Foi meio anti-democrático, eu achei. 

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