sábado, 12 de novembro de 2011

O reitor e os quilombolas

        Estive nesta semana na XXVIII Semana de História da Unesp, no campus de Assis. Cheguei meio atordoada da viagem na quarta-feira, mas ainda a tempo de ver a fala do Prof. Oseias Oliveira da Unicentro - Universidade do Centro-Oeste-, que tem prédios em Irati, Guarapuava e mais 4 campi avançados, no Paraná. O tema de Oseias era a festa de São Gonçalo, uma prática que os quilombolas deixaram por uma época, e retomaram depois quando conseguiram se re-estabelecer no meio rural.   
         Interessante mesmo foi a contextualização das comunidades quilombolas em meio à "macha branca", uma série de colônias ucranianas, polonesas, alemãs, italianas, etc. O interesse do professor surgiu por meio de uma aluna quilombola em seu curso, a única negra da faculdade. (Isto me lembra minha infância, onde em um colégio de 3 mil alunos havia apenas 1 aluno negro, que naturalmente destoava muito do resto).
        A presença desta única aluna mobilizou professores de diversas áreas da universidade para formar um cursinho para os quilombolas próximos ao campus. É um privilégio para eles terem professores da universidade já durante a preparação para a mesma. O detalhe bonito e significativo é que o reitor, Vitor Hugo Zanetti, também entendeu a importância do projeto, e dá aulas de matemática aos sábados na comunidade. 
     
           Existe um lugar neste país onde um reitor doa seus sábados para dar aula gratuitamente aos quilombolas. Tem iniciativas que me deixam simplesmente enternecida. Em breve aquela uma aluna não estará mais só, e haverá muitos outros como ela.

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