Chamo a história que relato de fábula, não porque ela seja mentira, mas porque a fábula é uma história de encantamento e desencantamento.
Ouvi de primeira mão, estes dias, a história do menino que era homossexual e pobre e entrou na UFPR para cursar sociais. A sexualidade do garoto em questão, lá pelos seus 18 anos, não criou, segundo o próprio, barreiras maiores para a inserção no grupo. Mas, quando colegas seus esbarraram nele, enquanto ele trabalhava em um supermercado como repositor, tudo mudou. A barreira se construiu. Justo no curso de ciências sociais, onde boa parte de nós sonhamos com a justiça social, onde o socialismo não é démodé.

Duvido muito que racionalmente alguém do curso de ciências sociais tenha desdenhado a personagem da nossa fábula. Mas há algo como uma etiologia de classe no nosso país. Onde menos controlamos, mais queremos. Um espelho de nossas diferenças cotidianas abissais.
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